Populosa e encantada Cascatinha!

A Cascatinha nunca acolheu tanta gente! Foram três dias de sol, calor, frio, música, bebida, comida, fogueiras, barracas, cachoeira, encontros, abraços, sorrisos, afeto!!!

Os ingressos para o 4º Pira Rural eram limitados a 300 pagantes. Mas, somando alguns pagantes extras e não pagantes como músicos, acompanhantes, organização e colaboradores, chegou-se a cerca de 500 pessoas circulando pelo Festival durante o feriadão de Páscoa.



Para receber toda essa galera, uma estrutura bacana foi preparada pela organização do Pira. Os banheiros foram ampliados, foi construída uma casinha específica para o câmbio rural, a cozinha também ganhou reformas e até uma bonita decoração. Tanta hospitalidade e organização foi viabilizada por uma equipe unida, que pensa nos detalhes e que faz tudo com muito amor. Na organização direta, estão dez pessoas que planejam e produzem o Festival há quatro meses. No apoio e no trabalho durante o evento, familiares, colaboradores, amigos e parceiros somam mais de 20 pessoas. É trabalho coletivo efetivamente!

Neste processo de construção de um festival, os integrantes da equipe organizadora admitem que rolaram alguns conflitos e briguinhas - algo natural - mas que de nada atrapalhou o companheirismo, a amizade, a parceria e o comprometimento do grupo para realizar um evento tão a cara deles. E se a gente pergunta a esta equipe “por que vocês fazem isso?”, as respostas são tão espontâneas quanto honestas: “para juntar os amigos”, “pra ver pessoas felizes”, “pra ouvir música boa”, “pra se divertir”. E quer motivos melhores que esses pra se produzir um festival?



Atrás desse carinho foram 11 excursões de todo o Estado e também de Florianópolis, Capinzal/SC e Curitiba/PR. Do RS, vieram pessoas de Santo Ângelo, Santa Cruz do Sul, Porto Alegre, Cachoeira do Sul, Pelotas, Santa Maria, Passo Fundo, Caxias do Sul. A maior excursão foi da capital, um ônibus e um microonibus totalizaram 77 pirados.

Pira Rural que definitivamente não tem “rural” só no nome do festival. Além do canto das aves e do gado que passeava tranquilamente por entre as barracas, a maioria dos alimentos utilizados no preparo das refeições - vegetariana e colonial -  foi adquirida da região, cultivados na própria Cascatinha ou advindos de pequenos produtores de Ibarama, Sobradinho e Arroio do Tigre. O vinho e a graspa foram produzidos pela Cantina Franco Leão, administrada pelo Franco, músico da Xispa Divina. O chopp artesanal Panambier vendido no festival era de amigos de Panambi!

O fato do festival ser concebido valorizando o natural, o artesanal e o familiar é algo que certamente encanta e conquista o público do Pira.

Muita gente já tinha participado de alguma edição do festival, outros estavam lá pela primeira vez. E é por causa desse boca a boca entre as pessoas que mais e mais gente tem vontade de conhecer o Pira. Na Cascatinha se encontram amigos literalmente "de outros festivais" como Morrostock, Psicodália, Búfalo Bêbado (SC), Acid Rock Festival, Natureza Rock (SC), FestMalta e ManifestaSol.




O Pira não é o Pira sem a natureza que envolve as pessoas e que incorpora o palco e a música ao ambiente. A cascata, claro, foi um dos lugares mais frequentados do festival e refúgio confirmado nos momentos de calor intenso além de opção de banho pra galera que não se importava com a água fria. Essa integração das pessoas com o ambiente da Cascatinha foi valorizada ainda mais pelas oficinas de yoga e meditação com as árvores, pensadas para proporcionar mais aprendizado sobre nosso corpo e mente e integrar-nos à energia da natureza e da terra.




As trilhas ecológicas fizeram os participantes conhecerem mais a flora da Cascatinha. Neste ano, conforme a organização, a trilha que leva ao topo da cascata teve que ser redescoberta pelos participantes, pois estava abandonada há algum tempo. O PiraTur levou uma parte do público a propriedade de Mario e Renilde Raminelli onde o pessoal pode entrar em contato com a prática da agrofloresta, o plantio que consiste na união das culturas agrícola e florestal. Uma das oficinas mais procuradas foi a de produção de vinho que contou com uma aula sobre todas as etapas de feitura artesanal da bebida além de degustação do vinho da Cantina Franco Leão, de Sobradinho.




A programação musical deixou todo mundo em estado de felicidade. No palco Ricas Abóboras, durante os três dias, bandas independentes, autorais, batalhadoras e estradeiras levaram ao palco muito profissionalismo, qualidade, atitude, experimentalismo, improvisação e emoção. Era notável a empolgação dos músicos em estar tocando no Pira, tão pertinho do público, recebendo um feedback imediato e as congratulações que depois se estendiam aos outros espaços de convivência do Festival.

Bandas de diferentes cidades trouxeram diferentes sonoridades ao Pira. Música instrumental, psicodélica, blueseira, roqueira, alternativa, erudita, brasileira entre outros tantos estilos construíram um mosaico de musicalidades surpreendentes e reveladoras.




Aplausos a Xispa Divina (Sobradinho) - banda anfitriã do Pira, Quarto Ácido (Panambi), Os Brutais (Pelotas), Saturno de José (Esteio), A Célula (Farroupilha/Caxias do Sul), Ácido Rock Band (Panambi), Diabo Verde (Londrina/PR), Mahabharata Instrumental (Caxias), Davi Henn (Curitiba), Los Cucarachos del Blues (Passo Fundo), Músicas Intermináveis para Viagem (Porto Alegre/São Paulo/Berlim-ALE), Velho Hippie (Caxias do Sul), Cabeçote (Curitiba), Casamata (Sobradinho), Quarto Sensorial (Porto Alegre), Centro da Terra (São José do Rio Preto/SP) e Sopro Cósmico (Porto Alegre).




E fora do palco, qualquer lugar também poderia receber um show espontâneo.  A banda de rua porto-alegrense Sapo Jones e Coiote Bill tocou na cascata na sexta-feira e em uma sombra em meio ao público no domingo. Max e Maurício, músicos da Sopro Cósmico, também presentearam o público com apresentações no sábado, ao lado da cozinha, e no domingo, no Palco Livre do Pira. Palco Livre que teve jam reunindo músicos, público e pessoal da organização, como a Dona Betty, chefe da cozinha do festival, que alegrou a galera que já arrumava suas coisas para deixar a Cascatinha.

E foi com melancolia e certa tristeza que as excursões partiram. Felizes por ter participado e vivenciado intensamente o Pira Rural e com a certeza do retorno na Páscoa de 2014.




Alguns números curiosos do 4º Pira Rural:

- 370 litros de chopp Panambier, do tipo cevada e trigo, foram vendidosv
- 1300 litros de cerveja Província foram consumidos pelo público
- Na massa caseira do macarrão delicioso de domingo, feita pela Dona Anair, mãe do Tuito, foram utilizados 22 kg de farinha e 20 dúzias de ovos.
- 1 kg de fumo de corda (cortesia do Festival) foi consumido pelos apreciadores de palheiro
- 100 sacos de lixo (sacos com capacidade para 60 kg de feijão) foram produzidos nos 3 dias de festival.
- 2 carrinhos de mão de restos de alimentos foram acumulados e destinados à alimentação dos porcos do local (no mundo rural tudo se aproveita!)
- em média 470 pessoas, segundo a organização, acampou na Cascatinha este ano, quase duzentas a mais do que na edição 2012.




Mensagens das bandas
Algumas bandas que tocaram no Festival publicaram manifestações carinhosas em suas páginas e perfis no Facebook:

Os Brutais (Pelotas)
Muito obrigado a todos os que fizeram o Pira Rural, não há palavras pra descrever a grandeza e o espírito desse festival. Nós ficamos honrados por ter tocado novamente naquele palco mágico, ao lado de bandas fantásticas. Vida longa ao Pira e a esse espírito. Muito Obrigado. Em breve sai vídeo do nosso show na noite de sexta.

Saturno de José (Esteio)
VALEU PIRA RURAL!
Que festival! Que galera! Que bandas!
Cascata gostosa, comidinhas nhami nhami, bebidonas benzadeus, organização nota 1000!!!


A Célula (Caxias do Sul)
Fim de semana mais do que especial para nós...Muito bom tocar num ambiente maravilhoso, cercado de pessoas maravilhosas, e um palco maravilhoso....Muito obrigado a todo o pessoal do Pira Rural pelo convite, em especial ao amigo Tuíto...Sem palavras...

Ácido Rock (Panambi)
Minha nossa! Não sabemos como explicar o clima maravilhoso, pacífico, tranquilo (e pirado ao mesmo tempo) e de muito ROCK'N'ROLL que vivemos no PIRA RURAL, nesse final de semana! O que falar de tantos artistas, músicos e, acima de tudo, pessoas ESPECIAIS, que conviveram conosco nesses dias! Simplesmente ESPETACULAR! Pirarruralizamos na sexta-feira à meia-noite e foi DEMAIS tocar para um público tão querido que, apesar de nossos "errinhos", não deixou a peteca cair e foram extremamente receptivos conosco! Obrigado à organização do Pira Rural pela oportunidade de mostrar nosso trabalho!!!

Quarto Ácido (Panambi)
Quarto Ácido é só agradecimentos a esse maravilhoso e mágico festival de música e amizade. Obrigado equipe do Festival Pira Rural e Xispa Divina, esse foi o melhor presente de pascoa que poderíamos receber! A todos os brothers que viveram essa vibe astralizante conosco, em especial ao Chopp Panambier, Ácido Rock e Vinicius Brum, tirando aquela onda; Cabeçote, Davi Henn, Família Pala e Centro da Terra, grandes músicos, pessoas incríveis que vieram de longe pra abrilhantar o festival; As demais bandas que mandaram uma sonzeira fudida (sem exceções); E a todos os brothers e sisters que abraçamos, conversamos e trocamos aquela energia boa. Obrigado a todos!

Mahabharata Instrumental
A Mahabharata Instrumental agradece de coração a todos que fizeram do Festival Pira Rural o melhor lugar para se estar na páscoa. Que o som que foi feito no Pira ecoe para sempre em suas almas.

Cabeçote (Curitiba/PR)
Neste fim de semana pudemos desfrutar da companhia de pessoas mais que especiais, em lugares lindos e repletos de uma coisa boa demais, sem explicação. Muito obrigado ao Thales, Stéphanie, Nego e toda a galera do Pubi Handte, que nos recebeu de braços abertos e com uma alegria contagiante. Nem temos como agradecer tudo que fizeram por nós!
Mostrar nosso som no Pira Rural fechou com perfeição toda essa viagem. O Festival é fantástico, e tivemos momentos incríveis na Cascatinha, lugar tão lindo e repleto de mato, gente boa e energias ainda melhores! Valeu mesmo à toda a galera da organização, valeu pelo convite, valeu pelo espaço, e vida longa ao Pira! Todas as bandas foram sensacionais, muita sonzeira reunida num lugar só!
E claro, muito obrigado aos nossos velhos amigos e companheiros de viagens Davi Henn e Adriana Hote pela parceria e pela sonzeira, valeu à toda a galera doCentro da Terra, novos grandes amigos que pudemos conhecer nesta viagem e que mandaram ver demais lá também. Valeu Vinicius, Pedro Paulo pela enorme parceria, e valeu muito Camilla Borio Di Lucca, pelo trampo sensacional e psicodélico no palco do Piral Rural!
Esperamos poder voltar sempre pra desfrutar desses lugares fodas em que estivemos, com todos esses amigos e galera massa que fazem o som ir sempre em frente! Muito obrigado a todos, mesmo! Foi um prazer passar esse tempo com vocês.

Som pra quem tem cabeça!



Texto: Silvana Dalmaso - Cobertura Colaborativa Pira Rural
Fotos: Stéphanie Chauvin e Cobertura Colaborativa 2013


Comentários