Aperta um... baio!! Oficina sobre fumo em corda no Pira Rural!!!

Bom dia gurizada!!
Seguimos com mais uma oficina que vai rolar no Pira Rural esse ano. Saca só!!!

Oficina: Aperta um... baio!
Oficineiro: Alexandre Emmanouilidis ("Greguinho")
Participantes: até 25 pessoas.



Foto: autor desconhecido
Cigarro de palha, crioulo, palheiro ou até baio são algumas denominações do cigarro feito a partir do fumo em corda aqui no sul do país. O gaúcho o faz a partir da palha do milho porque historicamente era o material mais à mão existente se comparado ao papel, artigo bem mais escasso nos primórdios da colonização do estado. Não nos propomos aqui a traçar a origem do palheiro e sim falar de sua confecção, seu preparo a partir do fumo em corda, produto este que atingiu seu ápice por agricultores da região nas décadas de 1950 a 1970.

O nome baio provém da semelhança de cor da palha com o pelo do cavalo ou do leão que aqui no sul chamamos assim: leão baio, cavalo baio. É citado na literatura gaúcha, como podemos constatar no conhecido conto de João Simões Lopes Neto, Trezentas Onças, da obra Contos Gauchescos (1912).

O fumo em corda é uma das variedades de tabaco, diferente, portanto, do fumo Burley (de galpão) e do Virginia (fumo de estufa), amplamente utilizado na confecção de cigarros em todo o mundo. 

Basicamente, hoje são produzidos dois tipos de fumo na região Centro Serra, local onde se realiza o Pira Rural: o fumo de rolo, o produto mais tradicional na região nas décadas passadas. O outro tipo de fumo é o chamado Cordão, atualmente o mais produzido desse dois. 

Foto: autor desconhecido
O fumo é produto das Américas, cultivado pelos povos primitivos (ameríndios) e disso advém o costume de fumar nos momentos de descanso como um ritual entre amigos que querem dividir algo muito importante. O fumo em corda caiu em desuso pela grande maioria dos fumantes com o crescente aumento das atividades produtivas controladas pela indústria fumageira que produz um cigarro pronto para fumar a qualquer momento e que apresenta uma queima mais homogênea e por outros fatores. 

O homem do novo milênio, o trabalhador seja masculino ou feminino, não tem mais tempo ocioso para o hábito do palheiro e parte assim para algo mais “prático”. Na década de 50, o cigarro de maço (carteira) aparece no cinema mundial como um símbolo ligado aos homens fortes, enfim como um modelo de auto-afirmação.

No Pira Rural os interessados em conhecer mais e degustar o fumo em corda, palheiro, baio ou crioulo, terão a oportunidade. 
Não percam!! ;)